dilmairon@hotmail.com

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ranking dos Candidatos à Presidência da República.

Como as eleições de outubro se aproximam, tomamos a iniciativa de fornecer o ranking dos três principais candidatos ao Governo Federal. Nosso comparativo foi bastante facilitado pelo fato de que os três candidatos já estiveram ou têm experiência prévia no comando do poder executivo: Dilma Roussef na esfera federal, Aécio Neves e Eduardo Campos na esfera estadual, ambos em Minas Gerais e Pernambuco, respectivamente. Claro que estamos falando de cargos diferentes, em regiões com realidades distintas. Toda comparação precisa dar conta das diferenças entre o que está sendo comparado e, portanto, não deve ser vista como um fato definitivo para tão importante decisão. 

Para esse trabalho, reunimos dados concretos de institutos oficiais, comparando uma série de indicadores de desempenho colocados em base proporcional, para facilitar a comparação. Entraram no ranking dados de 2002 até 2014 sobre crescimento econômico, evolução da dívida pública, criminalidade, mortalidade infantil, desemprego e índices de educação, fazendo com que nenhuma informação abaixo seja subjetiva e sim seja apenas o reflexo dos fatos documentados por entidades oficiais de primeira linha. E, apesar do Ranking ordenar os pontos do maior para o menor, essa lista não implica apoio oficial a nenhum candidato. Cabe ao visitante conhecer os fatos e formar sua própria opinião, em conjunto com outros dados relevantes externos e preferências pessoais. 

Abaixo, no gráfico de pizza, temos que cada cor representa um critério, na qual você pode escolher sobre qualquer item e clicar para que seja aberto um gráfico de barras com os determinados dados detalhados dos candidatos. Mais abaixo, disponibilizamos uma planilha do Excel que pode ser baixada, caso queira ter acesso às fontes, entender as fórmulas utilizadas, verificar outros detalhes e ver os critérios de pontuação. Avaliamos os assuntos criminalidade, mortalidade infantil, desemprego e dívida pública pelo o quanto diminuíram e o crescimento do PIB e índice de educação, pelo o quanto aumentaram.
http://www.politicos.org.br/
    • Eduardo CamposPSB-PE
  • Crescimento Médio do PIB
    93
  • Índice de homicídios
    104
  • Evolução do IDEB
    89
  • Redução na mortalidade infantil
    67
  • Redução do Desemprego
    85
  • Redução da Dívida Pública
    -84
  • Pontuação354

    • Aécio NevesPSDB-MG
  • Crescimento Médio do PIB
    77
  • Índice de homicídios
    44
  • Evolução do IDEB
    82
  • Redução na mortalidade infantil
    81
  • Redução do Desemprego
    99
  • Redução da Dívida Pública
    -84
  • Pontuação299

    • Dilma RousseffPT
  • Crescimento Médio do PIB
    38
  • Índice de homicídios
    -30
  • Evolução do IDEB
    96
  • Redução na mortalidade infantil
    54
  • Redução do Desemprego
    34
  • Redução da Dívida Pública
    -72
  • Pontuação121

O palavrório sobre o naufrágio da Seleção e a goleada por 7 a 1 sofrida pela economia atesta que a presidente padrão Felipão e o técnico padrão Dilma vivem no mundo de Lula

Na mesma semana do naufrágio na Copa do Mundo, a política econômica amargou uma goleada tão vergonhosa quanto à imposta pela Alemanha ao futebol brasileiro: a inflação anual vai chegando a 7% e o crescimento do PIB previsto para 2014 caiu para 1%. Outro desmoralizante sete a um. A reprise do placar do Mineirão — apesar da maquiagem da contabilidade oficial e do congelamento eleitoreiro de tarifas — chancelou a comparação recitada por Dilma Rousseff em 1° de julho de 2013: “Meu governo é padrão Felipão”.

Tal padrão também orientou a forma e o conteúdo das entrevistas em que a presidente da República e o ainda treinador da Seleção tentaram provar que o desastre foi menos feio do que parece. Empenhados em manter o emprego, incapazes de montar um esquema tático eficaz, ambos recorreram a vigorosos pontapés na verdade . “O trabalho não foi de todo ruim, foi só uma derrota ruim”, delirou Felipão na entrevista coletiva em que o vexame inesquecível foi um mero acidente de percurso.

Em vez de pedir desculpas pelo fiasco, o chefe da família Scolari ironizou potências futebolísticas eliminadas antes do Brasil, esgotou o estoque de grosserias e louvou -se por ter ido tão longe na Copa. “Conseguimos chegar à semifinal com toda essa incapacidade, os capazes foram embora”, disse mais de uma vez. No sábado, depois de perder o terceiro lugar para a Holanda, tornou a cumprimentar-se pelo malogro derradeiro: “Nós, no final da competição, não fomos bem, mas conseguimos uma classificação entre os quatro melhores”.

Dilma obedeceu ao padrão Felipão na entrevista a Renata Lo Prete, exibida na sexta-feira pela Globonews. A jornalista perguntou-lhe, por exemplo, se não considera preocupantes a inflação em alta e o PIB em baixa. A presidente driblou o tema com um palavrório tão surreal quanto o do professor de futebol. Começou por garantir que “a taxa de juros nunca esteve tão baixa”. Em seguida, jurou que “em torno de 75% da nossa população está entre as classes C, B e A”.

Como Felipão, repetiu que o que não falta é gringo com inveja do colosso tropical. Nos Estados Unidos, descobriu, o crescimento é menor do que no Brasil. “Não precisamos demitir milhões e milhões de pessoas, como ocorreu em outros países”, foi em frente. Como Felipão, ensinou que o importante é manter o otimismo: “O que eu acho mais grave no pessimismo é ele diminuir a capacidade das pessoas de entender a realidade, e superar os desafios, resolver os problemas encaminhando soluções”.

O que parece conversa de quem vive no mundo da Lua é vigarice de quem vive no mundo de Lula. Sempre que se mete em enrascadas de bom tamanho, o chefe-supremo persegue a sobrevivência política percorrendo o caminho da mentira. Acuados por vaias, desprovidos de álibis convincentes, sitiados por fatos, Felipão e Dilma se homiziaram em universos paralelos para livrar-se do merecidíssimo despejo.O professor de futebol não escapou da demissão. A supergerente de araque ainda sonha com um segundo mandato.

Os brasileiros mostraram durante a Copa que sabem receber forasteiros. Precisam agora mostrar que aprenderam a livrar-se de embusteiros. É hora de transformar vaia em voto.

Por Augusto Nunes
Revista Veja

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Após aval do governo, comissão aumenta repasse para municípios em 1%

Após entendimento entre o governo e o Congresso, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (16), o aumento de um ponto percentual no repasse de recursos do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

As finanças municipais deverão ser reforçadas ao longo de dois anos –0,5 ponto no primeiro e 0,5 ponto no segundo. Com isso, o repasse total aos municípios, atualmente de 23,5%, passará para 24,5%.

De autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), a proposta de emenda à Constituição (PEC) segue para votação no plenário do Senado, em dois turnos, além da Câmara. A versão original da PEC previa aumento de dois pontos percentuais do repasse do IR e IPI na composição do FPM, em apenas uma vez.

Via congresso em foco

TRE-PR recebe pedido para barrar candidatura de Gleisi

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE) recebeu pedidos de impugnação de 23 candidaturas até ontem à noite, prazo final para os partidos e coligações apresentarem questionamentos à Justiça Eleitoral. Entre os pedidos de impugnação estão o da candidata ao governo Gleisi Hoffmann (PT) e de seu vice, Haroldo Ferreira (PDT); de três deputados estaduais candidatos à reeleição; de um vereador de Curitiba; e de ex-prefeitos de cidades importantes do estado.

O pedido de impugnação de Gleisi partiu do PRP, partido do também candidato ao governo Ogier Buchi. As informações são da Gazeta do Povo. A alegação é de que a reunião para a escolha do vice da candidata petista ocorreu fora do prazo legal. O PDT indicou Haroldo Ferreira em 2 de julho. Na argumentação, o PRP afirma que essa escolha deveria ter ocorrido até 30 de junho, prazo final para a realização das convenções partidárias.

O coordenador jurídico da campanha de Gleisi, Luiz Fernando Pereira, disse não acreditar que a petista não poderá concorrer. Segundo ele, dia 30 de junho é o prazo final para as convenções. Mas, no caso do PDT e de outros partidos, os convencionais delegaram à executiva do partido a escolha do vice. “Se esse argumento [do PRP] vingasse, nenhuma das principais candidaturas ficaria de pé”, afirmou Pereira. Segundo ele, a prática é comum, foi repetida por outras coligações na atual disputa e já existe jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para não impugnar candidaturas por esse motivo.

O TRE também recebeu pedidos de indeferimento das candidaturas dos deputados estaduais Bernardo Ribas Carli (PSDB), Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e Enio Verri (PT). Eles tentam a reeleição. O vereador de Curitiba Prof. Galdino (PSDB) também teve a candidatura impugnada. Também fazem parte da lista os ex-prefeitos José Baka Filho (de Paranaguá) e Hussein Bakri (União da Vitória).

Pelo país

Em todo o país, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a impugnação do registro de 626 candidaturas até esta terça-feira, sendo 302 em decorrência da Lei da Ficha Limpa. Os dados se referem a 21estados, já que nem todos concluíram o levantamento. O prazo de cinco dias para os pedidos de impugnação conta a partir da publicação dos nomes pela Justiça Eleitoral, que nem sempre coincide em todos os estados. No Paraná, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) propôs 13 pedidos de impugnação. Todos eles são de políticos enquadrados na Lei da Ficha Limpa. A PRE ainda não analisou outros aspectos de elegibilidade, como a regularidade da documentação apresentada ou as atas de escolha dos candidatos. Por isso, até a homologação das candidaturas pela Justiça Eleitoral, o número ainda pode aumentar.

Os pedidos de impugnação não resultam, necessariamente, em indeferimento das candidaturas. Os candidatos têm agora sete dias para apresentar defesa, que pode ser acatada ou não pela Justiça.

Nas eleições de 2010, onze candidatos tiveram os registros questionados pelo Ministério Público – sete a deputado estadual e quatro a federal. Quatro deles conseguiram reverter a decisão e disputaram as eleições.

Como funciona

Além do Ministério Público Eleitoral, candidatos, partidos políticos ou coligações podem contestar os registros. O prazo para o pedido de impugnação é de cinco dias após a publicação do edital com o nome dos candidatos na Justiça Eleitoral. Quem tem o registro indeferido ainda pode recorrer da decisão. Enquanto aguarda o julgamento do recurso, pode continuar a campanha e participar da eleição. A candidatura, no entanto, pode ser indeferida a qualquer momento. Se a decisão ocorrer após a eleição e a diplomação do candidato, o diploma será declarado nulo.

No PR, 4 concorrentes tiveram suas contas reprovadas pelo TC

Dos 1.174 candidatos que se inscreveram nas eleições deste ano no Paraná, quatro têm pendências com o Tribunal de Contas do Estado (TC). Três deles são candidatos a deputado estadual e um a suplente de senador. Dos quatro, apenas um não teve requisitada a impugnação de sua candidatura pelo Ministério Público Eleitoral (veja acima) – embora a reprovação de contas seja um dos motivos de inelegibilidade.

Esse é o caso do ex-pre­­­­­sidente da Fundação Mu­­nicipal de Esportes e Recreação de Foz do Iguaçu Valdir de Souza, o Maninho, que concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa pelo Pros. Ele teve dois problemas com as contas de 2002. Segundo o TC, a autarquia não repassou ao INSS as contribuições patronal e dos servidores. Souza afirma que a responsabilidade passou a ser da administração direta do município, já que a fundação foi extinta, mas o TC entendeu que o gestor não conseguiu comprovar os repasses. Também pesa contra ele a “emissão de empenhos superiores às dotações” – ou seja gastos da fundação acima do previsto no orçamento.

Candidato a deputado estadual pelo PSC, o ex-prefeito de União da Vitória Hussein Bakri teve as contas de 2002 reprovadas pelo TC. De acordo com o tribunal, o então prefeito deixou de utilizar no prazo legal recursos recebidos do Instituto de Desenvolvimento Edu­­cacional do Paraná, no valor de R$ 43,5 mil.

Outro candidato a deputado estadual que teve as contas reprovadas foi o ex-prefeito de Sabáudia Almir Batista. Nesse caso, o TC considerou irregular uma transferência de R$ 225,2 mil da prefeitura para a Associação de Proteção à Maternidade e Infância (APMI), entidade não governamental responsável pela execução de programas na área da saúde no município em 2011. Entre os questionamentos está a contratação de agentes de saúde, por meio da APMI, sem concurso público.

Já Celso Luiz Soares Ro­­cha, candidato a 1.º suplente de senador pelo PRP (o candidato titular é Mauri Viana), teve as contas reprovadas por não comprovar a destinação de R$ 270 mil oriundos de dois convênios com o estado em 1997, época em que era prefeito de Fazenda Rio Grande. O dinheiro deveria ter sido aplicado na construção de uma delegacia e um destacamento da Polícia Militar no município. As obras foram concluídas na gestão seguinte.

Via boca maldita

terça-feira, 15 de julho de 2014

Deputados trabalham 2 dias na Copa. E entram em férias

Dois dias de votações. Quatro projetos aprovados. Esse foi o saldo dos trabalhos da Câmara dos Deputados durante a Copa do Mundo, segundo levatamento da Secretaria-Geral da Mesa Diretora. A partir desta segunda-feira, com o término do mundial de futebol, era esperado o retorno dos parlamentares a Brasília para a retomada dos trabalhos, mas os líderes dos partidos decidiram fechar um acordo para esticar a folga até agosto – de 18 a 31 de julho, não serão obrigados a registrar presença no plenário da Casa, instituindo o chamado "recesso branco". Em tempo: o salário, de 26.700 reais, além das verbas de gabinete serão pagas normalmente.

Oficialmente, o recesso parlamentar só pode ser autorizado depois que os congressistas aprovam a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), proposta que detalha as metas e prioridades do governo federal. Neste ano, assim como aconteceu em 2013, os deputados decidiram ignorar a regra e entrar de férias mesmo sem aprovar o texto.

Apenas algumas comissões, como as CPIs, e o Conselho e Ética, que têm prazo para conclusão de processos, deverão ter sessões regulares nos próximos meses.

Na última semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chegou a fazer um apelo para que os parlamentares retornassem a Brasília para um "esforço concentrado". Ao final da sessão plenária desta segunda-feira, foi registrada a presença de apenas 136 dos 513 deputados – a Câmara informa que 197 informaram ter ido à Casa, embora alguns sequer marcaram presença no plenário. Sem muita convicção desde ontem, Alves já considerava improvável a presença de deputados para votações na Câmara. E o cenário é desalentador para o Legislativo já que o segundo semestre será tomado pelas campanhas eleitorais, quando a maioria dos parlamentares tentará renovar seus mandatos – a previsão é que os deputados tenham de trabalhar apenas quatro dias nesses dois meses.

Via Revista Veja

Pagamento do PIS/PASEP começa hoje (15/07/2014).

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) começa a pagar a partir de hoje (15) o Abono Salarial do exercício 2014/2015. No atual exercício, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) antecipou o pagamento, que anteriormente iniciava-se em agosto. Outra mudança no calendário é que os trabalhadores que recebem o benefício em conta corrente vão ter o depósito em suas contas de acordo com o mês de aniversário, a partir do dia 15 de julho. O prazo final para sacar o abono é dia 30/06/2015.

Terão direito de receber o benefício os trabalhadores que tiveram os dados informados na RAIS e que atendam aos seguintes critérios: cadastro no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos; ter trabalhado com carteira assinada ou ter sido nomeado efetivamente em cargo público durante, pelo menos, 30 dias no ano-base para empregadores contribuintes do PIS/PASEP (empregadores cadastrados no CNPJ); e ter recebido em média até dois salários mínimos de remuneração mensal durante o período trabalhado. O valor do abono é de um salário mínimo.

Como sacar? – Para sacar o abono é simples. Os trabalhadores inscritos no PIS recebem o abono salarial nas agências da Caixa, e os inscritos no PASEP, recebem nas agências do Banco do Brasil, de acordo com o calendário de pagamento. Os inscritos no PIS que tiverem Cartão Cidadão com senha cadastrada, também podem fazer o saque em Lotéricas, caixas de auto-atendimento e postos do Caixa Aqui. Os inscritos devem apresentar um documento de identificação e o número de inscrição no PIS ou PASEP. O MTE estima que cerca de 23 milhões de trabalhadores tenha direito ao benefício e o montante a ser pago será de cerca de R$ 17 bilhões.
Confira o calendário de pagamento:
  
CRONOGRAMA DE PAGAMENTO DO ABONO SALARIAL
EXERCÍCIO 2014/2015
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS
NAS AGÊNCIAS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
NASCIDOS
EM
RECEBEM A
PARTIR DE
RECEBEM
ATÉ
JULHO
15 / 07 / 2014
30 / 06 / 2015
AGOSTO
22 / 07 / 2014
30 / 06 / 2015
SETEMBRO
31 / 07 / 2014
30 / 06 / 2015
OUTUBRO
14 / 08 / 2014
30 / 06 / 2015
NOVEMBRO
21 / 08 / 2014
30 / 06 / 2015
DEZEMBRO
28 / 08 / 2014
30 / 06 / 2015
JANEIRO
16 / 09 / 2014
30 / 06 / 2015
FEVEREIRO
23 / 09 / 2014
30 / 06 / 2015
MARÇO
30 / 09 / 2014
30 / 06 / 2015
ABRIL
14 / 10 / 2014
30 / 06 / 2015
MAIO
21 / 10 / 2014
30 / 06 / 2015
JUNHO
31 / 10 / 2014
30 / 06 / 2015
NAS AGÊNCIAS DO BANCO DO BRASIL
FINAL DA INSCRIÇÃO
INÍCIO DE PAGAMENTO
ATÉ
0 e 1
15 / 07 / 2014
30 / 06 / 2015
2 e 3
14 / 08 / 2014
30 / 06 / 2015
4 e 5
16 / 09 / 2014
30 / 06 / 2015
6 e 7
14 / 10 / 2014
30 / 06 / 2015
8 e 9
14 / 10 / 2014
30 / 06 / 2015

Virando a página.


A copa acabou.
Agora não somos mais a Pátria de chuteiras.
A hora é de sermos a Pátria com cérebro.
Um povo que pensa.
Um povo que age.
A situação exige uma ação.
É qual é a ação imediata que devemos tomar?
O voto.
O voto consciente.
Não o voto de protesto.
Não o voto em branco.
Não o voto nulo.
Sim o voto consciente.
Sim o voto pensado.
Sim o voto com critério.
É hora de dizer SIM para o Brasil.
Vamos virar mais uma página da nossa história.
Ficou claro que não somos mais o país do futebol.
Então vamos ser o país do crescimento, do desenvolvimento, da prosperidade, da igualdade, o país de um povo e não de um partido.
A próxima página ainda está em branco, mas podemos escrevê-la de uma nova forma.
Só depende de nós!

A volta do complexo de vira-lata

Por - ARNALDO JABOR

Amigos,

vocês passaram o tempo todo da Copa falando de mim: Nelson Rodrigues pra cá, pra lá...
Antes eu era o pornográfico, o reacionário, agora virei técnico de futebol. E me citavam. Todos diziam que tinha acabado o nosso “complexo de vira-lata”. Mas esse complexo que eu descobri pode existir também ao avesso (Freud nem me olha aqui no céu, com uma inveja danada). Mas ele não é apenas o pavor diante dos estrangeiros, a cabeça baixa, o “sim, senhor”, a alma de contínuo. Não. Esse complexo aparece na submissão à Fifa, lambendo-lhe os pés como cachorrinhos gratos, nas arenas grã-finas. O vira- lata estava ali. Podemos botar uma fitinha cor-de-rosa no vira-lata que ele continua sendo um legítimo vira- lata, cheirando postes e abanando o rabo.

Para nossos jogadores ricos e famosos, o Brasil é a vaga lembrança da infância pobre, humilhada. O país virou um passado para os plásticos negões falando alemão, todos de brinco e com louras vertiginosas. Não são maus meninos, ingratos, não, mas neles está ausente a fome nacional “por um prato de comida,” a ânsia dos vira-latas.

Já disse e repito que, antes, nas Copas do Mundo, éramos a pátria de chuteiras. Hoje, somos chuteiras sem pátria. Fomos infeccionados pelo futebol europeu, mas pela metade; ficamos na dúvida se somos Pelé ou Dunga.

Nesta Copa, só o povo estava de chuteiras, para esquecer os escândalos que lhe mergulharam em cava depressão.

Foi diferente de 1950. Lá, sonhávamos com um futuro para o país. Agora, tentamos limpar nosso presente. Somos uma nação de humilhados e ofendidos, pois o país é dominado por ladrões de galinha e batedores de carteira. E a população queria que o escrete fizesse tudo o que o governo não fez. Mas era peso demais. O brasileiro não estava preparado para ser o “maior do mundo” em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo, mesmo em cuspe a distância, implica uma grave e sufocante responsabilidade. Além disso, era um time de várzea.

Isso era o óbvio; mas foi ignorado. E quando o óbvio é desprezado, ficamos expostos ao mistério do destino. E um dos fatos óbvios foi o endeusamento do técnico. Felipão era mais importante que o time. E ninguém é mais obstinado do que o sujeito que é portador de um erro colossal. O ser humano acredita mais em seus equívocos do que em suas verdades. O técnico é sempre contra a opinião geral. Em vez de orientar as vocações dos rapazes, Felipão achou que todos tinham de caber em sua estratégia. O técnico devia ser um reles treinador, quase um roupeiro, humilde diante dos craques. Mas o Felipão os tratava como garotinhos inseguros ou então parecia um “Mussolini” de capacete e penacho. A própria figura do Felipão era deplorável – nervoso e malvestido, quase de pijama, era o retrato físico de nosso despreparo. O único jogador do “passado glorioso” foi Neymar – Didi, Zizinho, Ademir guiavam seus dribles.

Quando o alemão fez o primeiro gol, sentimo-nos diante da verdade de que os próprios jogadores suspeitavam: éramos 11 solitários, nosso time era uma ilusão que parecia realidade por causa de Neymar. Nossa meta não era o gol, era Neymar. Esse jovem gênio nos cegou, e com ele acreditávamos que o Brasil voltaria a seus melhores dias. Mas o Brasil nunca está em seus melhores dias. Não esperávamos uma vitória, mas uma salvação. Só a taça aplacaria nossa impotência diante da zona brasileira – era nossa única chance de felicidade.

E aí começaram as interpretações dos idiotas da objetividade: por que perdemos? Tentam explicar a derrota como uma bula de remédio. Como se a derrota tivesse explicação; toda derrota é anterior a si mesma, ela começa 40 anos antes do nada e vem desabrochar em nossos dias. Mas só podemos entender o que “não” houve. Atrás da derrota, estavam todos nossos vícios seculares: salvacionismo, milagres brasileiros, fé no improviso, vitórias abstratas e derrotas políticas.

Além disso, há entre nós e a loucura um limite que é quase nada. Enlouquecemos diante da

Alemanha.

Nessa hora do jogo, a loucura explodiu feito uma libertação. Isso, nossa loucura não foi de Napoleões ou Neros, nossa loucura apareceu como um fundo desejo de parar, de ter sossego. Nos jogadores surgiu a ânsia do fracasso, como uma exaustão diante de tanta incapacidade. 
Ao contrário do que disse o Parreira em 2006, de que “não estávamos preparados para perder”, dessa vez estávamos todos preparados para a calamidade e secretamente sabíamos disso. Depois daqueles seis minutos em que houve quatro gols, o absurdo adquiriu uma doce, persuasiva, admirável naturalidade. Depois de 5 a 0, queríamos perder mais, queríamos espojarmo-nos na derrota absoluta, sentíamos a doce nostalgia do aniquilamento. E aí quem surgiu no estádio? O imponderável Sobrenatural de Almeida passou a dirigir o time como um técnico espectral, um fantasma trapaceiro. Dava até para ver que os alemães tiveram pena de nós, os anfitriões desmoralizados. 
Até Felipão fez autocrítica. Mas a autocrítica tem a imodéstia de um necrológio redigido pelo próprio defunto.

É isso. Sempre que vai estourar uma catástrofe, o ser humano cai num otimismo obtuso, pétreo, córneo. E perde.

Agora, estamos com uma angústia épica, como uma víbora crispada dentro de nós.

E depois de perdermos para a Holanda por 3 a 0, vimos que não houve derrota – como haver derrota se não tínhamos time? O povo viu no fracasso a confirmação de sua sina de vira-lata e desceu as rampas arrastando os chinelos, como em 1950.

Agora, eis o nosso dilema: ou o Brasil ou o caos. O diabo é que temos a vocação do caos. O Brasil precisa ser feito, e nós não o fazemos. O mal da cultura brasileira é que nenhum intelectual sabe bater um escanteio.

Mas ninguém cresce sem sentir o gosto amargo da vergonha. Sempre fomos condenados à esperança, ansiando por uma redenção pelo futebol, mas pode ser que agora a gente vá assumir a própria miséria, a própria lepra, e isso será nossa salvação.

É isso aí, amigos, é só.



segunda-feira, 14 de julho de 2014

O que é a elite branca?

Virou moda entre os Petistas usar a expressão "elite branca".
Tenho absoluta certeza de que a maioria fala sem saber o que significa.
Este texto explica o significado:

Seja como for, o que me interessa aqui é me deter sobre a própria expressão. Pois não faltaram os que, compreensivelmente, questionaram a pertinência de seu sentido e suspeitaram de uma contradição entre ela e seu emprego por pessoas brancas de classe média ou alta. Diante do imbróglio, é necessário deslindar os fios.

O dicionário Houaiss consigna, para o verbete “elite”, os seguintes principais significados: 1. “o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social”; 2. “minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social.” Etimologicamente, segundo o mesmo Houaiss, a palavra “elite” significa “o que há de melhor”, e vem do francês élire, “escolher, eleger”. No contexto da tradição histórico-social do Brasil, o significado 2., suprimida a palavra “prestígio”, é muito mais forte e pregnante do que o 1. Na formação e no desenvolvimento de nossa sociedade, os donos do poder agiram muito mais no sentido de manter seu domínio sobre o conjunto social do que se provaram um grupo “de melhor qualidade” (a origem dessa dominação não é a excelência, que, medida em contexto democrático, chama-se meritocracia). Tendo origem nada democrática, numa sociedade que se inicia como filial da monarquia portuguesa e teve por séculos sua base produtiva na escravidão, muito menos se pode dizer que se trata de uma elite eleita, seja em que sentido for. Assim, podemos restringir os significados de elite, nesse contexto, a um só: grupo social dominador. É seguramente esse o significado da palavra na expressão “elite branca”.

Mas a outra palavra da expressão não é menos problemática. Pois “branca” é um termo que mobiliza ao mesmo tempo duas dimensões diversas, uma simbólica, outra literal, fenotípica. Na sociedade brasileira, onde a cor da pele tem implicações sociais, branco é uma palavra equívoca. Um indivíduo pode não ser fenotipicamente branco — e sim mestiço de pele —, mas ser branco simbólico, isto é, socialmente identificado como pertencente ao grupo social privilegiado, não discriminado. É esse o significado em jogo na expressão “elite branca”.

Assim, “elite branca” designa, a princípio, o grupo social privilegiado ou dominador (essa é outra ambiguidade a ser desfeita adiante), de cor simbólica branca. Se pararmos aqui, a expressão, considerando sua carga depreciativa e acusatória embutida, seria uma generalização injusta. Afinal, muitas das pessoas que participam das classes médias e altas, e são brancas simbólicas, não podem ser acusadas de colaborar, aberta ou disfarçadamente, com a perpetuação das nossas desigualdades estruturais (é essa a acusação embutida). Justamente, devemos fazer ainda uma outra distinção. O que a expressão “elite branca” pretende caracterizar não é a situação excessiva ou relativamente privilegiada em que se encontra um grupo social, mas o modo como esse grupo se posiciona diante das desigualdades estruturais do país. Pertencem à “elite branca” aqueles que pensam e agem no sentido da manutenção dessas desigualdades e, consequentemente, de seus privilégios, atuando como um grupo dominador. Não pertencem a essa “elite branca” (que, portanto, é uma categoria mais política e moral do que econômica e fenotípica) aqueles que, situando-se em um grupo social privilegiado, pensam e agem no sentido do combate às desigualdades, renunciando a privilégios em benefício da justiça social.

Por todo esse caráter equívoco, não estou certo de que a expressão, em si, produza efeitos de esclarecimento crítico (algo análogo — mas de equivocidade ainda maior — se passa quando Marilena Chauí se refere à classe média). Mas é preciso, concreto e verdadeiro aquilo que ela deseja designar. Fazem parte da “elite branca” todos os sujeitos de grupos sociais privilegiados que denunciam difusamente as desigualdades do Brasil mas repudiam qualquer ato político real que as combata; todos os sujeitos incapazes de pensar e agir coletivamente, sempre colocando em primeiro, senão único lugar as suas vantagens pessoais.

Por Francisco Bosco

Metade das obras do PAC no Paraná nem foi licitada

Entrando na reta final, a segunda edição do PAC 2 concluiu pouco mais da metade das obras previstas para os seis eixos do programa no Paraná. Cerca de 42% ainda nem saíram do papel, especialmente as que foram propostas por municípios pequenos. Os dados estão no último balanço do programa divulgado pelo governo federal e representam o que foi feito até dezembro do ano passado. As informações são de Fernanda Trisotto na Gazeta do Povo.

Levantamento feito pela Gazeta do Povo com base no relatório mostra que dos 2.381 projetos que constam, 1.004 ainda estão com o status de ação preparatória ou em licitação. Muitos desses não têm previsão de custo no documento, já que há uma ressalva de que podem ser realizados por meio do Regime Diferenciado de Contratação (RDC). No Paraná, outras 478 obras estão concluídas e 899 em andamento.

O panorama do relatório é limitado. Apesar de faltar seis meses para que o PAC 2 seja ‘encerrado’ e de que uma terceira edição já tenha sido sinalizada, novos projetos foram adicionados ao programa. Esse é o caso de três grandes obras de mobilidade propostas por Curitiba (remodelação do Inter 2, eixo Leste-Oeste do BRT e conclusão da Linha Verde), que ainda não foram licitadas.

O alcance do programa é pior em dois eixos: Cidade Melhor, que reúne obras de saneamento, pavimentação a mobilidade urbana; e o Comunidade Cidadã, que tem os projetos de unidades de saúde, creches e quadras esportivas. Nesses casos, a maior parte dos projetos foi proposto pelos próprios municípios. Alguns desses foram selecionados ainda em 2010, mas não avançaram e constam como em ação preparatória. Esse quadro se repete mais nas pequenas cidades do interior.

Para o professor de Administração Pública da Uni­­versidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira, esse problema não é exclusivo do Paraná e se repete em todo o Brasil. “Os municípios têm um problema básico de falta de estrutura e falta de competência, tanto no aspecto técnico quanto no de gestão”, aponta. Para ele, mesmo recebendo algum tipo de benefício ou recurso, esses municípios perdem a oportunidade de aplicá-los porque o tempo passa e eles não são capazes de desenvolver ou avançar esses projetos.

A falta de uma boa gestão para os recursos também é apontada como problemática pelo professor de Direito Financeiro da Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Kanayama. “Falta planejamento nos municípios pequenos, mas também falta integração desse ponto entre União, estados e municípios”, pondera.

Outro fenômeno que prejudica a execução desses projetos tem a ver com localização, no ponto de vista de Matias-Pereira. Para ele, as empresas de maior porte muitas vezes não se interessam pelas cidades pequenas. “Determinadas obras de infraestrutura exigem deslocamento de máquinas e pessoas. Quando é alocado o recurso, isso não é levado em consideração e pequenas obras em pequenos municípios acabam ficando muito caras”, avalia.

Regime Diferenciado de Contratação requer mais atenção pelo sobrepreço

Com um grande número de obras que estão em fases de ação preparatória ou em licitação no PAC 2, não há previsão de dotação orçamentária, em partes porque o empreendimento pode ser realizado em Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Para Rodrigo Kanayama, professor de Direito Financeiro da Universidade Federal do Paraná, o RDC não é um problema, mas é necessário ficar atento aos contratos que serão firmados e em sua previsão orçamentária.

O professor de administração pública da Universidade de Brasília José Matias-Pereira, pondera que a tendência nesse sistema é de as obras saírem mais caras, porque as empresas têm vantagem para fazer o reajuste de preço nessa modalidade. “Se essas diferenças de repasse de contratação ficarem por conta dos municípios pequenos, a tendência é que as obras não se concretizem”, analisa.

Via boca maldita

domingo, 13 de julho de 2014

Fim de festa! A Alemanha é tetra!

A copa do mundo premiou não só o melhor futebol, como também o melhor planejamento, organização e determinação.
A vitória foi merecida!
O povo brasileiro também merece os parabéns, pois foi o povo quem fez desta copa um sucesso.
A Alemanha merece todos os aplausos.
Quem não mereceu aplausos foi a Presidente do Brasil.
Na foto abaixo ela demonstra toda sua "simpatia" ao entregar a Copa do Mundo.
Parece que estava meio "emburrada"!
Mas, dentro em breve todos a verão sorrindo até para os "postes", durante a campanha eleitoral.
Essa não é a cara do Brasil!

Delírios de grandeza

Um país autossuficiente em petróleo, maior produtor e exportador de combustíveis renováveis. Que fabrica aparelhos de última geração em uma “cidade inteligente” com 100 mil empregados, entre eles 20 mil engenheiros. E dono de um moderno sistema de transportes, simbolizado pelo trem de alta velocidade que liga seus dois maiores centros urbanos. Este seria o Brasil de 2014 se uma série de anúncios que o governo fez ao longo dos últimos dez anos tivesse se tornado realidade.

As promessas tinham em comum a intenção de afirmar a todo custo o protagonismo econômico do país. Algumas não tinham qualquer base na realidade. Outras até tinham fundamento, mas depois se mostraram inviáveis ou, pior, foram prejudicadas por erros e omissões do próprio governo.

“É papel do governo fomentar uma agenda positiva, que dê confiança ao investidor, e também é papel dele fazer os investimentos de base. Mas essas duas agendas acabam atravessadas pela agenda política. Temos eleições a cada dois anos e é nesse contexto que surge esse tipo de promessa”, diz o doutor em Economia Alivínio Almeida, professor convidado do Isae/FGV.

sábado, 12 de julho de 2014

Copa do Mundo no Brasil: um primeiro balanço

Vale a pena ler.

Por Juca Kfouri

O que é pior, o vira-latismo ou o puxa-saquismo?

Se o primeiro se confundir com espírito crítico certamente o segundo é pior, porque mera bajulação.

Comecemos pelo começo: a imagem do Brasil depois da Copa é muito melhor do que, com carradas de motivos, se imaginava antes dela.

Fez-se, em resumo, um bom anúncio do país.

Porque houve a festa que se imaginava que haveria nos estádios e não houve a tensão prevista fora dele.

Por incrível que possa parecer, Joseph Blatter, o poderoso chefão da Fifa, tinha razão: a sedução do futebol falou mais alto, ainda mais porque, paradoxalmente, se a Copa não apresentou nenhuma seleção inesquecível, mostrou jogos formidáveis, como uma homenagem ao país que já foi o do jogo bonito.

Repita-se para suavizar o que virá a seguir: o Brasil ganhou a 20a. Copa do Mundo da Fifa e ainda por cima prendeu gente dela que há décadas atenta contra a economia popular, um legado inestimável, exemplar, digno de ser aplaudido de pé assim como a hospitalidade nacional.

Tamanhas vitórias não escondem as derrotas e aqui não se fará nenhuma menção, além desta, à goleada alemã.

Por falar nisso, em alemães, nossa Copa foi muito melhor que a da África do Sul, mas não foi, como organização, melhor que a de 2006.

Claro, da Alemanha se espera perfeição e a Alemanha esteve perto disso. Do Brasil esperava-se uma catástrofe e o Brasil ficou longe disso.

Contudo, na Alemanha não foram construídos elefantes brancos como os de Manaus, Cuiabá, Natal e Brasília, cujas contas jamais serão pagas a não ser que ocorra mais um milagre brasileiro.

Lá não morreram tantos trabalhadores, nem caiu viaduto com duas mortes, nem se desalojou tantas famílias, nem nada custou tanto a ponto de a nossa Copa ter superado o custo dos três últimos torneios e nenhum estádio foi invadido por torcedores como o Maracanã pelos chilenos. Tampouco faltou luz no jogo de abertura.

Esquecer tais fatos em nome da imagem externa é que é o verdadeiro vira-latismo, como se a aprovação estrangeira nos bastasse.

É verdade sim que o governo federal, um mês antes de a Copa começar, partiu em busca de empatar um jogo que perdia por 4 a 0 e que conseguiu vencer, digamos,por 6 a 5 — o que exige elogios ao ataque assim como críticas à defesa.

Ocorre que há quem queira fazer apenas elogios e outros que só desejam criticar, todos movidos ou por cegueira partidária ou por outros interesses.

Não se trata de negar o sucesso da Copa, mas de dizer que poderia ser melhor.Tudo, aliás, sempre pode ser melhor, por melhor que tenha sido.

Trata-se de não esquecer o quanto custou em vidas e dinheiro, em desalojamentos e atrasos, em remendos de última hora, uma porção de coisas para as quais os estrangeiros não estão nem aí, mas que devem preocupar os que estão aqui e que, enfim, pagarão a conta.

Porque outro legado da Copa é a consciência de que megaeventos são muito bons para quem os promove e para as celebridades que gravitam em torno,mas não são necessariamente bons para quem os recebe, razão pela qual será excelente se os próximos forem submetidos à consulta popular.

O turista que veio não se hospedou nos melhores hotéis nem comeu nos melhores restaurantes, preferiu albergues ou sambódromos, lanchonetes ou churrasquinhos de gato.

Até mesmo os aeroportos inconclusos (o de Brasília é simplesmente espetacular, registre-se) suportaram bem a carga,entre outras razões porque o movimento foi menor que o normal neste período.

Em resumo: o Brasil ganhou a Copa de virada e o resultado pode ser considerado excepcional, digno de comemoração para irritação dos vira-latistas.

Mas não foi de goleada como bimbalham os puxa-sacos.

Além do mais, se o jogo acabou para o mundo, segue correndo no nosso campo.

A um custo que ainda será mais bem apurado.