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terça-feira, 15 de novembro de 2016

O medo e o respeito

Existe uma relação considerável entre os sentimentos de respeito e medo. Eu diria até que em grande parte das vezes o respeito é movido pelo medo. Isto é, alguns indivíduos só respeitam o outro por temê-lo e não pela devida estima que merece um ser humano.

Isso quer dizer que as pessoas respeitam sobretudo o que é autoridade. Muito mais do que um indivíduo que inspira dignidade com sua honestidade, sabedoria, moralidade entre outras virtudes. Em outras palavras: ter um caráter exímio não vale de nada.

Também é reconhecível que a tal autoridade é aplicada nas crianças em troca de respeito, como o responsável que aumenta o tom de voz para fazer valer a sua firmeza ao falar com o filho. Até aí tudo bem no entanto, tendo em vista que as crianças estão numa fase de aprendizagem da vida, ou seja, há a ressalva para as crianças que em sua idade é natural que necessitem de uma certa dureza exercida pelos seus pais, mas que paulatinamente vai se esvaindo conforme a criança cresce mentalmente.

A mesma regra porém, não deve valer para indivíduos adultos, ou seja, aqueles que já passaram pela fase infantil onde já deveriam ter aprendido a respeitar sem ter o medo. Todavia, não é o que se vê em boa parte das relações entre adultos, onde um homem já crescido espera saber acerca das qualificações teóricas do outro para dosar o tamanho da cordialidade que deve empregar na relação para com outrem. Se caso se tratar de um simples empregado o tratamento é chulo, ou se caso for um homem do alto escalão, o tratamento certamente muda, tornando-se muito mais respeitoso. Portanto, o respeito em geral para com o outro é adequado frente aos diversos tipos de hierarquias existentes.

Logo, é possível afirmar que o respeito das pessoas não se ganha, e sim é imposto autoritariamente. 

Respeitar alguém só porque ela lhe oferece algum perigo é erradíssimo. Isso só vai extenuar ainda mais o autoritarismo exercido sobre ela própria.

Além disso, do mesmo modo que o respeito é incitado por meio do autoritarismo entre as patentes sociais, ele também é comprado. As pessoas respeitam muito mais um indivíduo que possui um carro importado do que um homem solidário que doa sangue regularmente. 

Se as pessoas só respeitam quem lhe impõe receio, elas não vão mais valorizar os requisitos para um sujeito verdadeiramente respeitável. Ou seja, a imposição de respeito pelo poder acaba sendo contributiva para um processo psicológico que se dá em cada indivíduo, tanto pelo que o inflige, como o que diz: "você sabe com quem está falando?", quanto pelo que atende ao referido dito reclinando a cabeça para baixo medrosa e respeitosamente.

Gostaria de salientar por fim que, não se preocupe com as pessoas que não lhe respeitam, por mais que você o mereça, pois essas pessoas não respeitam nem aos seus próprios pais, nem sequer a Deus.

Cuidado com os pronomes de tratamento, pois ninguém é senhor de ninguém. O verdadeiro Senhor está no céu.

E o mais pertinente: é grotesco se sujeitar ao papel de respeitar por obrigação, portanto não respeite as pessoas simplesmente pelo fato delas serem doutoras ou PhD's. Mas o que realmente importa e merece o respeito de todos nós, sãos as atitudes que as pessoas tomam ou deixam de tomar. Eu diria que é a bondade o crucial e intrínseco fator de mérito.

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