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sexta-feira, 22 de maio de 2015

O PSDB, quem diria!, salva de novo o PT

O PSDB salvou o mandato de Lula em 2005, ação que resultou em sua reeleição e na de sua sucessora. Lula e o PT tiveram uma sobrevida de dez anos porque os tucanos titubearam em pedir o impeachment do presidente, levado às cordas pela revelação de que a cúpula do seu governo e do PT subornavam com dinheiro público uma penca de deputados – o mensalão.

Levados às cordas por causa do desastre econômico que promoveram e pela corrupção na qual se enredaram, corrupção que eleva à undécima potência a do mensalão, Lula, Dilma e o PT estão sendo novamente salvos pelos tucanos.

O partido decidiu trocar a articulação pelo impeachment de Dilma por um pedido de investigação dela por improbidade administrativa, derivada das pedaladas fiscais que ela realizou em seu primeiro mandato. Julgam que essa iniciativa tem mais sustentação legal do que a primeira. E assim menosprezam algumas condicionantes vitais.

A primeira: para prosperar, o pedido – que será encaminhado ao STF – dependerá do aval do procurador-geral da República Rodrigo Janot, que já emitiu um parecer esdrúxulo de que a president@ não pode ser processada por atos alheios ao mandato em curso. O STF tem entendimento contrário, mas em se tratando de uma corte aparelhada pelo PT – e que agora terá um ministro a mais em seu favor – não se deve ser otimista. Resolvida essa questão, se o for, o Senado terá de autorizar a abertura do processo, e lá o governo é maioria… E se aprovar, serão mais 180 dias (com Dilma suspensa do cargo) para que o STF dê seu parecer sobre a denúncia, que voltará à apreciação do Senado…

A segunda: o clamor das ruas ainda ecoa no Congresso, e esse clamor tende a esmaecer se não encontrar quem não corresponda a ela. E quem seria se não o PSDB, que esteve perto, muito perto de tirar o poder do PT no ano passado? Além disso, o cruel ajuste fiscal que o governo está fazendo aprovar no Congresso aos poucos (e depois de muito bate-boca, hipocrisia e cargos) tende a melhorar o desempenho da economia a partir do ano que vem. Economia melhor, revolta menor, menos pressão sobre os congressistas pelo impeachment.
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Os movimentos, de formação espontânea, que pedem o impeachment de Dilma revoltaram-se contra a decisão dos tucanos. É compreensível. Um grupo de jovens caminha de São Paulo para Brasília, onde espera ser recebido por uma multidão que endosse a sua causa. Troquemos o tempo verbal: esperava ser recebido, porque a saída de cena dos tucanos esvaziará a recepção. Eles foram abandonados na estrada, sob sol e chuva…

Os tucanos apoiam-se na fragilidade jurídica de um pedido de impeachment agora, pisoteando o princípio básico de que este é acima de tudo um processo político. E um processo político dessa grandeza só pode ter êxito com o apoio da opinião pública, amplamente favorável (quase 70% segundo a última pesquisa Datafolha) ao impeachment. Se esse desejo não tiver correspondência agora, o processo, se for adiante, tende a ser comprometido no futuro.

O PSDB apega-se ao juridiquês para justificar a traição a esta maioria. Que, na próxima eleição, será tentada a votar em quem de fato possa tirar o PT do poder.

via blog do pedriali

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