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sábado, 24 de agosto de 2013

Dólar alto provoca queda nas vendas e desemprego

As lojas dos shoppings estão desertas, no Paraguai. A alta da moeda americana afasta o turista do ‘paraíso das compras’, bem próximo de Guaíra, no Oeste do Paraná. A mesma situação ocorre em Ciudad del Este, vizinha a Foz do Iguaçu, rota preferida dos sacoleiros.

Os poucos que se arriscam a visitar o país vizinho voltam para casa com poucas sacolas nas mãos e uma enorme frustração. “O dólar está muito alto. Não tem como comprar nada. Estamos levando apenas algumas lembranças. Viemos conhecer o país, mas viemos em um momento que não está favorável para as compras”, diz o aposentado Airton Camargo Pinheiro, que viajou de Bauru, São Paulo, para conhecer os atrativos turísticos da região e aproveitou para viajar até Salto del Guairá.

Os brasileiros são os principais consumidores do mercado paraguaio. A instabilidade do dólar atrapalha as vendas, já baixas este mês. “Estamos há uma semana com as vendas lá embaixo. Não temos alternativa, a não ser esperar os consumidores. É só o dólar subir, para termos queda nas vendas. Para evitar prejuízos grandes, não injetamos o aumento total da moeda”, diz a comerciante Francieli Roman.

O movimento em queda preocupa os comerciantes, principalmente aqueles que investem em estruturas ainda maiores para atender os turistas. A taxa de desemprego tende a aumentar, até mesmo de brasileiros que trabalham em cidades que dependem do contrabando. Muitos lojistas dispensam os servidores extras, devido a nova crise. “Não é possível mantermos todos os servidores, alguns tivemos que dispensar”, afirma Francieli Roman.
Dólar não interrompe expansão de shoppings

Após Ciudad del Este, o principal centro de compras do Paraguai é Salto del Guairá. Os turistas brasileiros fortalecem a economia da cidade paraguaia e garantem emprego à população. A instabilidade da moeda americana é uma afronta aos altos investimentos em novos shoppings no país vizinho. Na principal avenida, estão em andamento construções de três grandes centros comerciais.

O comerciante brasileiro Bruno Rodrigues dos Santos possui um restaurante em um famoso shopping paraguaio. A família já enfrentou severas consequências da alta do dólar, há uma década, quando teve que fechar as portas, e voltar ao Brasil devido a crise da moeda estrangeira. “Tivemos que fechar a empresa. Quando o dólar sobe, o receio aumenta. Mas estamos em outra época. Acreditamos em apenas uma oscilação. Os consumidores se acostumam com o preço, já que no Brasil, os produtos também tendem a encarecer”.
Feriado é promessa de movimento


A tranquilidade das ruas é pouco comum para quem frequenta Salto del Guairá, no Paraguai. As vagas estão livres e nem os flanelinhas conseguem a mesma renda. “Antes, em uma quadra, eu cuidava de 50 veículos. Agora não cuido nem da metade, durante um dia”, afirma Benjamim Martinês, flanelinha da cidade, onde a atividade é regularizada. Nem abastecer o veículo no lado paraguaio compensa. O litro da gasolina comum está na média de R$ 2,55, praticamente o mesmo valor cobrado no lado brasileiro. Apesar da valorização do dólar, os comerciantes não perdem a esperança e estão atentos ao movimento do próximo feriado, 7 de setembro, Independência do Brasil. “Como o comércio fica fechado no Brasil, o movimento aumenta aqui. Esperamos que o dólar desvalorize até lá”, diz a vendedora Alvina Fernandes. Mas os turistas que já visitaram o país, não pretendem voltar tão cedo. “Não compensa fazer compra. No Brasil, o valor do produto é o mesmo. É pura ilusão”, diz o agricultor Claubeir Conrado Capristo.

Via oparana

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