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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Ministério Público diz que cooperativa do PR recebia leite fraudado

O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul (MPE) deflagrou nesta quarta-feira a sexta etapa da operação Leite Compen$ado, que desde o início de maio do ano passado vem combatendo um esquema de adulteração de leite processado no Rio Grande do Sul.

Dessa vez, o alvo dos promotores gaúchos é a matéria-prima enviada do Estado para a Confepar, central de cooperativas agropecuárias com sede em Londrina (PR). A empresa foi procurada, mas não respondeu às acusações. No ano passado, ela havia negado irregularidades.

Segundo o MPE, "após mais de seis meses de investigação, ficou comprovado que a cooperativa adquiria leite fraudado ou em deterioração". A fraude incluía a adição de água para aumentar o volume do produto, junto com ureia (que contém formol) para mascarar a perda nutricional decorrente da diluição.

A Confepar produz leite UHT e pasteurizado, leite em pó, creme de leite, leite condensado e bebidas lácteas com as marcas Polly e Cativa.

A operação desencadeada nesta quarta-feira (11) resultou na prisão de três pessoas no Rio Grande do Sul. Outras duas estavam sendo procuradas à tarde, uma no Estado e outra no Paraná.

Foram presos o chefe do posto de captação da Confepar em São Martinho, Fernando Júnior Lebens e o transportador de leite Diego André Reichert, de Campina das Missões, "que entregou leite cujo transbordo foi feito de forma irregular, sem condições mínimas de higiene, na maioria das vezes em estradas vicinais".

O terceiro preso foi o presidente da cooperativa Cooagrisul, de Taquaruçu do Sul, Alcenor Azevedo dos Santos. A Cooagrisul produz 20 mil litros de leite por dia, mas só tem capacidade para armazenar 12 mil litros e, conforme o MPE, Santos teria comprado ureia no mesmo período em que entregou o leite adulterado no posto da Confepar.

Representantes da Cooagrisu não foram localizadas para comentar a acusação.

Além das prisões, a operação de hoje, que ocorreu em Londrina e onze municípios gaúchos, incluiu o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de 24 caminhões de transporte de leite.

No fim de maio de 2013, o transportador Antenor Pedro Signor, preso na segunda fase da operação, disse em depoimento que desde janeiro daquele ano entregava leite adulterado para a Confepar com o conhecimento da central.

Na época, a Confepar divulgou nota afirmando que as denúncias eram "infundadas" e faziam parte de "uma estratégia da quadrilha responsável pela adulteração do leite no Rio Grande do Sul, buscando desviar a atenção da mídia e da investigação para as indústrias".

De acordo com o MPE, 60 análises realizadas por laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura apontaram adição de água ou deterioração do produto enviado à Confepar. As amostras foram coletadas nos dias 12 de março e 3 de abril deste ano e representam 192 mil litros de leite.

A operação desta quarta-feira foi apoiada pelo Ministério da Agricultura, pela Brigada Militar e pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul.

Via UOL

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