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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Requião diz que Beto Richa “quebrou” o Paraná e faz duras críticas ao governo

O senador Roberto Requião (PMDB) disse hoje em entrevista ao vivo no Jornal da Banda B, que o governador Beto Richa (PSDB) “quebrou” o Paraná economicamente. O peemedebista, tradicional adversário político do tucano, fez duras críticas ao governo. Para Requião, o Paraná vive um caos e agora só mesmo o próximo governador poderá “arrumar a casa”.

“Este governo não deu certo e agora temos que pensar no próximo governo para colocar a casa em ordem. Não existem programas de governo. Na época que eu governava o Paraná, tínhamos 232 programas em andamento, hoje, não tem nenhum. O que vejo é o Beto colocando macacão do Airton Senna, andando de Ferrari, viajando para os EUA, mas não vejo ação administrativa. Governador tem que levantar cedo e dormir tarde, criar novos programas, fazer a máquina pública andar, e nada acontece. Este governo fracassou”, afirmou Requião.

O senador atribuiu a falta de dinheiro no caixa do governo à má administração de Richa. Disse que os professores estão insatisfeitos, a polícia está desesperada, a Sanepar está voltando às mãos da iniciativa privada e a Copel corre o risco de perde concessões e não pagar suas contas. “Agora, jogam as contas de pessoal para a Paraná Previdência e não colocam dinheiro lá; ou seja, vão gastando a acumulação que deixamos para o pagamento de aposentadorias no futuro. Há uma desordem muito grande”.

O senador ainda afirmou que o que chamou de caos no governo, acontece também razão da equipe que está no comando ao lado de Richa. “Ele (Richa) recompôs o governo de Jaime Lerner. Trouxe o Cássio Taniguchi, por exemplo, que no governo Lerner nos fez perder o Banestado, comprometeu a Sanepar a Copel. O Beto vem navegando nas mesmas águas”.

Mais farpas

Na entrevista, o polêmico Requião ainda lançou farpas contra a postura pessoal de Richa como governador. “Nosso governador é muito bacana, usa ternos bem cortados, está sempre bem bronzeado com o sol da praia ou com bronzeamento artificial, usa roupas de grife, mas não tem apetite para governar. Ele ficaria melhor como apresentador de baile de debutante, mas como governador não vai bem”, atacou.

Sobre os empréstimos do Paraná junto ao governo federal, Requião disse que votou a favor, mas sabe que o estado terá dificuldades para pagar este dinheiro. “O Paraná tem presença forte em Brasília. Eu sou forte, o senador Álvaro Dias (PSDB) é forte e até o Sérgio Souza (PMDB) é um bom senador apesar de sua falta de experiência em cargos públicos. Fraca é a presença do governo. As autoridades executivas dizem que o governo do Paraná não resolve as questões com competência. Aqui, a imagem do executivo paranaense é fraca”, sentenciou.

Dilma

Requião disse que apoiou a presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições, faz parte da base aliada, mas não esconde de ninguém que está insatisfeito com certas atitudes desse governo. “Sou da base do governo federal, mas não escondo minha insatisfação com as medidas da Dilma. Colocou a venda 30% das ações do banco do Brasil para estrangeiros, isso significa este capital privado irá influir nas decisões do principal banco da economia do país. Isso é muito ruim. O leilão de Libra que deixou o petróleo do Brasil para o capital estrangeiro (…) privatizou portos, ferrovias, estradas. Não era o que esperávamos quando apoiamos a Dilma. Dizíamos que o Serra iria fazer isso. Mas também há coisas positivas com a preocupação com o salário dos trabalhadores”, explicou.

Futuro político

O senador Roberto Requião disse que vai lançar sua candidatura à Presidência da República na convenção nacional do PMDB, mas sabe que é algo mais simbólico do que com algum efeito prático. “Vou mostrar a minha insatisfação com o governo. Colocar minha candidatura à presidência será mais uma atitude política, mas não tenho nenhuma perspectiva política nisso”

No Paraná, Requião diz que, se o PMDB o chamar, ele irá deixar o senado para disputar o governo. “Fui governador três vezes e tive governos bem sucedidos. Consegui arrumar a bagunça do Lerner e do Taniguchi. O Paraná estava quebrado e foi um trabalho duro, mas adquirimos muita experiência. E se me chamarem para a disputa, saio do Senado e ganho essa eleição para arrumar o Paraná”.

Ainda na entrevista, Requião afirmou que se sente traído pelos deputados que estavam na base de seu governo e hoje estão ao lado de Richa, mas sim perplexo. “Não diria traído, mas perplexo. Esses deputados foram da minha bancada (…) e agora se agarram ao Richa por alguns favores. Dizem que cada deputado tem 64 cargos no governo, acho que no mínimo estão cometendo um erro , mas tenho muita confiança na base do PMDB de guerra. Se a base for pra convenção e me pedir para enfrentar esta parada eu tenho condição de colocar o Paraná em ordem e ganhar esta eleição numa perspectiva de um governo voltado para o povo do Paraná e não para os interesses de empreiteiros e financiadores de campanha”.

Governo Fruet

Para finalizar, o senador falou sobre o governo de Gustavo Fruet (PDT) à frente da prefeitura de Curitiba. “O Gustavo esbarra na inexperiência administrativa. Não o apoiei, mas ele é um cidadão correto e não vamos ver nenhum predomínio de empreiteiros ou algum deslize pessoal em seu governo. Ele está devagar, mas tenho esperança que recicle sua visão administrativa e faça um bom governo”, completou.

Via Radio banda B

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