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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Caso de mulher que ‘chora pedra’ possui duas possíveis explicações

O mistério da educadora de Lins que expele uma espécie de membrana dura pelo olho direito há 19 anos pode estar perto de ser solucionado. Conforme noticiado ontem pelo JC, Laura Carisa Ponce, de 34 anos, foi examinada na quarta-feira por especialistas do Hospital de Olhos de Bauru.

O resultado dos exames feitos pela educadora sai em uma semana, mas o oftalmologista Raul Gonçalves Paula, que examinou Laura, já tem seu palpite. De acordo com o médico, Laura sofreria de uma canalicutite, tipo de conjuntivite crônica comumente causada pela bactéria Actinomices sp.

Um dos motivos que levaram a tal diagnóstico foi o exame da lâmina usada na raspagem do olho de Laura. Segundo Raul, ela apresentaria um amontoado de grumos, chamados cocos, que são característica peculiar desse tipo de bactéria.

Outro motivo para a suspeita do médico é a periodicidade com que a educadora é acometida pelo problema. “Não tem data para acontecer, que é exatamente o quadro da Actinomices”, atesta.

Doença rara

De acordo com Raul, a canaliculite causada por Actomices sp é uma doença rara e seu diagnóstico leva de dois a três anos. “Tive uns oito casos nos últimos 15 anos, mas casos assim, que demoro tanto tempo para diagnosticar, é a primeira vez que eu vejo”.

O oftalmologista ainda afirma que o canal lacrimal é o local mais comumente afetado pela canaliculite. No entanto, o caso de Laura seria atípico, uma vez que as secreções seriam formadas no fundo do saco inferior da conjuntiva.

A cura para a patologia, no entanto, seria bastante simples: uma cirurgia que dura apenas 15 minutos. “Se for mesmo causado por bactérias, opera o canal e acabou o problema. No caso dela nós estamos tentando isolar o Actinomices”, explica Raul. Assim, o médico frisa que é necessário aguardar o crescimento da colônia de bactérias para confirmar o diagnóstico.

Outra hipótese

Nos 19 anos que vem sofrendo com a doença, Laura já havia sido examinada por cerca de 30 médicos da região, sem conseguir um diagnóstico definitivo.

“Ela vinha sendo diagnosticada com uma conjuntivite lenhosa. Esse tipo de doença costuma dar essas secreções, só que elas ficam aderidas na região do tarso do olho”, explica o médico do Hospital de Olhos de Bauru. “Então, ou é uma conjuntivite lenhosa atípica, onde o organismo age de forma imunológica fabricando aqueles tecidos, ou é a Actinomices que forma essas colônias de bactérias. Não tem milagre nenhum não”.

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